Parece-me, cada dia mais, que há uma falta de talento de minha parte para conviver com outros sujeitos.
Há em mim qualquer coisa que repele as pessoas, eu as atraio pelo sorriso largo, como gostam de dizer, pelo humor, muitas vezes ácido, mas apreciado por elas. No entanto, sinto que quando se aproximam de verdade de mim, de quem realmente sou, desistem de estar perto e, pior, antes que desistam, eu mesma desisto por medo que o façam antes de mim.
Há certa dificuldade por parte de todas as pessoas do mundo, creio eu, de encontrarem pessoas iguais, aquelas nas quais vêem um espelho, eu conheço alguém assim, em tudo lembra a mim mesma, exceto pela ausência de moralidade, talvez simplesmente seja dificuldade de aceitar que exista de fato uma moralidade, acho que sabe que ela existe...
Enfim, esta pessoa reflete aquilo que de mais guardado há em mim e por vezes sinto-me atraída pelo espelho, mas, uma vez refletida nele e ele refletido em mim, vai-se embora todo o encantamento. Dois repelentes feitos de matérias diferentes. Vejo nele a minha própria incapacidade de ser para alguém mais que uma confidente.
Veja bem, não se trata de incapacidade de entender o humano, eu o entendo. Ah como eu o entendo, até dói... Trata-se de impossibilidade de fazer a tão ansiada troca, aquilo pelo que buscamos todos os dias. Alguém que nos compreenda, gostaria de não ser a única a compreender.
Busco por algo que parece não existir, queria alguém que estivesse em pé de igualdade comigo. Essa afirmação soa tão pedante! Mas não é... Juro! Não é.
A igualdade, se é que existe, penso ser alguém que tenha a me oferecer algo na mesma altura que eu tenho para oferecer. Algo que não é a mesma coisa que eu ofereço é outra coisa, mas tão boa quanto e da qual eu precise desesperadamente.
Pensando na vida da escritora Jane Austen, fico me perguntando quais os motivos de tudo estar tão repugnantemente parecido com sua época... Deve restar a alguém como eu, a aceitação de que não terá uma felicidade terrestre. Será?
Nietzsche diria que é o preço que se paga por alcançar algo maior, diria que para se chegar às esferas superiores é preciso superar a necessidades das inferiores. Amores são então coisas comezinhas. Custa caro estar neste lugar!
Custa muito caro, bem venturado Nietzche! Mas, ao menos um de seus aforismos eu posso dizer que já comprovei: “O que não me mata, me fortalece!”.
É verdade...
Divagações à parte, talvez caiba a mim o mesmo quinhão que coube à Jane Austen, espero apenas que, como ela, eu toque, nem que seja com a ponta da unha, a composição do sublime.
Há em mim qualquer coisa que repele as pessoas, eu as atraio pelo sorriso largo, como gostam de dizer, pelo humor, muitas vezes ácido, mas apreciado por elas. No entanto, sinto que quando se aproximam de verdade de mim, de quem realmente sou, desistem de estar perto e, pior, antes que desistam, eu mesma desisto por medo que o façam antes de mim.
Há certa dificuldade por parte de todas as pessoas do mundo, creio eu, de encontrarem pessoas iguais, aquelas nas quais vêem um espelho, eu conheço alguém assim, em tudo lembra a mim mesma, exceto pela ausência de moralidade, talvez simplesmente seja dificuldade de aceitar que exista de fato uma moralidade, acho que sabe que ela existe...
Enfim, esta pessoa reflete aquilo que de mais guardado há em mim e por vezes sinto-me atraída pelo espelho, mas, uma vez refletida nele e ele refletido em mim, vai-se embora todo o encantamento. Dois repelentes feitos de matérias diferentes. Vejo nele a minha própria incapacidade de ser para alguém mais que uma confidente.
Veja bem, não se trata de incapacidade de entender o humano, eu o entendo. Ah como eu o entendo, até dói... Trata-se de impossibilidade de fazer a tão ansiada troca, aquilo pelo que buscamos todos os dias. Alguém que nos compreenda, gostaria de não ser a única a compreender.
Busco por algo que parece não existir, queria alguém que estivesse em pé de igualdade comigo. Essa afirmação soa tão pedante! Mas não é... Juro! Não é.
A igualdade, se é que existe, penso ser alguém que tenha a me oferecer algo na mesma altura que eu tenho para oferecer. Algo que não é a mesma coisa que eu ofereço é outra coisa, mas tão boa quanto e da qual eu precise desesperadamente.
Pensando na vida da escritora Jane Austen, fico me perguntando quais os motivos de tudo estar tão repugnantemente parecido com sua época... Deve restar a alguém como eu, a aceitação de que não terá uma felicidade terrestre. Será?
Nietzsche diria que é o preço que se paga por alcançar algo maior, diria que para se chegar às esferas superiores é preciso superar a necessidades das inferiores. Amores são então coisas comezinhas. Custa caro estar neste lugar!
Custa muito caro, bem venturado Nietzche! Mas, ao menos um de seus aforismos eu posso dizer que já comprovei: “O que não me mata, me fortalece!”.
É verdade...
Divagações à parte, talvez caiba a mim o mesmo quinhão que coube à Jane Austen, espero apenas que, como ela, eu toque, nem que seja com a ponta da unha, a composição do sublime.
Ao som de O Velho e o Moço (Rodrigo Amarante)