quarta-feira, 14 de maio de 2008

время





Pode alguém ficar euforicamente feliz com um Congresso de Literatura?
Sim, pode.
Talvez eu seja estranha demais, eu gosto de coisa demais, acredito em coisa demais. Considero tudo! Para mim, a fronteira entre certo e errado é uma coisa tão tênue e sempre pode haver um "se". Hoje estou estupidamente confusa.
Há gente, muita gente mesmo, que me acha estranha... estou em crise!
Eu não lido bem com sentimentos, prefiro evitá-los, é mais fácil. Mas, há dias em que todos eles vêm à tona e me sufocam...
Desejo uma infinidade de coisas e penso sempre que não dará tempo, não há tempo para fazer tudo aquilo que eu gostaria... Minha música predileta diz que é preciso ter paciência... Eu não sou paciente... Muitos me julgam uma pessoa paciente... é mentira...
Quero tudo para ontem, anseio por coisas que não vou conseguir fazer... corro desesperadamente atrás do ponteiro do relógio, quero mais tempo... preciso de mais tempo!
Eia uplá... Vrummmmmmm
Vivemos em um tempo em que a máquina, o dinheiro e coisas estranhas são celebradas. "É como se a gente não soubesse pra que lado foi a vida. Por que tanta solidão?"
Faço a mesma pergunta que, nos idos do século XVIII, Daniel Defoe fez, que Fernando Pessoa se fez e que todo mundo que pensa acaba fazendo um dia. Como apreender tantas coisas que surgem a cada segundo? Eu só queria que tudo fosse mais lento, queria mais tempo para ligar para uma madrinha com quem não consigo falar, mais tempo para enxergar a beleza das horas contadas com conta-gotas, mais tempo para sentar embaixo de uma árvore que eu adoro lá da faculdade e ler bem devargazinho autores que não faziam idéia que o mundo viraria isso! Horácio, Platão, Padre Antonio Vieira, Virgílio, Homero etc.
Há dias em que é muito difícil andar despedaçada por aí...
Queria por um dia viver na unidade da epopéia...
Sêneca dizia que o segredo da felicidade é ser feliz hoje e que o indivíduo que vive o hoje esperando o amanhã não é feliz nunca, nem hoje, nem amanhã, nem em parte alguma...
O ser humano na época dele só queria um pouco mais de tempo... tempo para viver... Em pensar que tanto tempo depois, eu estou aqui sentada escrevendo sobre a falta de tempo para fazer coisas que façam minha alma se sentir mais inteira... preciso tanto dos meus momentos de fuga... preciso tanto me encontrar... Sêneca nem podia imaginar como a questão do tempo se tornaria cada vez mais uma questão essencial para o ser humano, que nem mesmo tem tempo para pensar sobre si mesmo...
Sêneca também dizia que o ser humano tem mania de pensar que tem muito tempo... Ele insistia sempre na idéia de viver o hoje... Sêneca sabia das coisas... eu, que quero ler toda a sua obra até o fim do ano, não sei de nada...
Os tempos exigem de mim uma correria que não é minha... Sinto-me atrapalhada, inútil, esmagada... ando no meio do rodamoinho, tento chegar a algum lugar... O rodamoinho levou consigo muita coisa que eu amava... mas, não conseguiu levar aquilo que faz de mim o que sou... a esperança, a perseverança... Em nome de dois seres que salvaram a minha vida, eu não desisto porque houve um tempo em que eu chegava em casa e lá estavam dois sorrisos que ansiavam pela minha simples aparição.
São tempos difíceis estes e por hoje já basta...

Um comentário:

Camila disse...

Fláaaa
eu li oque escreveu ,rsrs milagre.
vc nunca estará só. te amo demais bjuu Tamis