Difícil acreditar em algumas coisas...
Foram duas semanas difíceis, algumas pessoas fazem por um curto espaço de tempo, mas conseguem fazer com que nos sintamos soterrados...
Qual o motivo? Por que se deixar abater por alguém tão infinitamente menor espiritualmente, deslumbrado, alienado...
Evito sempre dividir seres humanos em categorias, no entanto, às vezes torna-se impossível evitar, pois, eu, como ser humano ativo e pensante no mundo, tenho sim uma opinião a respeito de tudo, inclusive a respeito de pessoas. Sendo assim, eu acho que há gente melhor e pior, se considerarmos alguns pontos de vista.
Neste mundo loucamente competitivo, às vezes o poder é dado a quem não o merece de fato, me preocupa a idéia de que talvez ninguém mereça o poder. Será verdade a afirmação de Bakunin, de que qualquer pessoa quando sobe ao poder será irremediavelmente corrompida? Assombra-me essa possibilidade. Bakunin era um radical, anarquista e por isso não achava que haveria um meio-termo (vamos usar o hífen, enquanto o presidente permite). Tudo é o extremo. Eu ainda quero acreditar que nem todos tornar-se-ão víboras diante do poder.
O fato é que o poder é, muitas vezes, dado a pessoas despreparadas que não sabem o que fazer com ele, e me refiro a qualquer tipo de poder. Não é apenas o fato de ganhar mais, ter um cargo maior, não, existe também um poder nominal, um que é apenas funcional...
Mas, uma vez que um ser com um poder nominal e funcional me fez quase ir às raias da loucura... Fui salva!
A sensação que provei só pode ser entendida por aqueles que, como eu, adoram estudar e sentem um prazer quase que divino quando lêem algo realmente elevado, acima do bem e do mal, aquilo que te leva à catarse. A maravilhosa sensação de reconhecer e ter o “poder” de contemplar uma obra de arte.
Um indivíduo realmente elevado, aquele que transmite sabedoria, que além de ser genialmente brilhante é de uma simpatia boa, de uma simplicidade. Por causa de alguém como essa professora a quem me refiro, não posso crer que todos são corrompidos pelo poder, porque ela, de fato, tem um poder, um poder real, ela detém o conhecimento, a coisa mais cara no mundo, aquilo que não se compra, aquilo que não pode ser roubado. E, eu, ser pequenino diante do trajeto trilhado por essa mulher incrível, tive a felicidade de ser elogiada por ela. Não qualquer elogio, o elogio que te faz ir ao céu, que tira seus pés do chão.
O reconhecimento de um grande esforço. Ela me fez enxergar que eu também detenho conhecimento, em menor escala que o dela, mas, ainda assim o suficiente para, finalmente, entender que eu não posso me deixar abater ou soterrar por qualquer um, porque existem categorias de seres humanos e eu, definitivamente, não estou na categoria dos imbecis.
Obrigada querida Annie por me fazer entender isso...
Ao som de Inverno, de Antonio Vivaldi! Da composição As quatro estações
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