domingo, 9 de novembro de 2008

Nem tudo está perdido...

Difícil acreditar em algumas coisas...
Foram duas semanas difíceis, algumas pessoas fazem por um curto espaço de tempo, mas conseguem fazer com que nos sintamos soterrados...
Qual o motivo? Por que se deixar abater por alguém tão infinitamente menor espiritualmente, deslumbrado, alienado...
Evito sempre dividir seres humanos em categorias, no entanto, às vezes torna-se impossível evitar, pois, eu, como ser humano ativo e pensante no mundo, tenho sim uma opinião a respeito de tudo, inclusive a respeito de pessoas. Sendo assim, eu acho que há gente melhor e pior, se considerarmos alguns pontos de vista.
Neste mundo loucamente competitivo, às vezes o poder é dado a quem não o merece de fato, me preocupa a idéia de que talvez ninguém mereça o poder. Será verdade a afirmação de Bakunin, de que qualquer pessoa quando sobe ao poder será irremediavelmente corrompida? Assombra-me essa possibilidade. Bakunin era um radical, anarquista e por isso não achava que haveria um meio-termo (vamos usar o hífen, enquanto o presidente permite). Tudo é o extremo. Eu ainda quero acreditar que nem todos tornar-se-ão víboras diante do poder.
O fato é que o poder é, muitas vezes, dado a pessoas despreparadas que não sabem o que fazer com ele, e me refiro a qualquer tipo de poder. Não é apenas o fato de ganhar mais, ter um cargo maior, não, existe também um poder nominal, um que é apenas funcional...
Mas, uma vez que um ser com um poder nominal e funcional me fez quase ir às raias da loucura... Fui salva!
A sensação que provei só pode ser entendida por aqueles que, como eu, adoram estudar e sentem um prazer quase que divino quando lêem algo realmente elevado, acima do bem e do mal, aquilo que te leva à catarse. A maravilhosa sensação de reconhecer e ter o “poder” de contemplar uma obra de arte.
Um indivíduo realmente elevado, aquele que transmite sabedoria, que além de ser genialmente brilhante é de uma simpatia boa, de uma simplicidade. Por causa de alguém como essa professora a quem me refiro, não posso crer que todos são corrompidos pelo poder, porque ela, de fato, tem um poder, um poder real, ela detém o conhecimento, a coisa mais cara no mundo, aquilo que não se compra, aquilo que não pode ser roubado. E, eu, ser pequenino diante do trajeto trilhado por essa mulher incrível, tive a felicidade de ser elogiada por ela. Não qualquer elogio, o elogio que te faz ir ao céu, que tira seus pés do chão.
O reconhecimento de um grande esforço. Ela me fez enxergar que eu também detenho conhecimento, em menor escala que o dela, mas, ainda assim o suficiente para, finalmente, entender que eu não posso me deixar abater ou soterrar por qualquer um, porque existem categorias de seres humanos e eu, definitivamente, não estou na categoria dos imbecis.
Obrigada querida Annie por me fazer entender isso...

Ao som de Inverno, de Antonio Vivaldi! Da composição As quatro estações

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