Sexta-feira foi um arraso!
A edição de setembro da festa Bang! foi sensacional...
Blood Shake destruiu com um set pesado para ninguém botar defeito, como gostamos de dizer “eles desceram a lenha”.
Fizeram um set super bem humorado, cheio de anos 90, maximal e o famoso funk sempre presente nas apresentações da dupla. Laka e Zero destruíram mais uma vez e não é por acaso que a partir da próxima edição a festa ocupará todo o Vegas, não mais apenas o basement, se bem que eu desconfio que do basement eu não saio por nada... Afinal, é onde Zero e Laka tocarão.
Tenho encontro marcado com a dupla logo menos, já que eles são os convidados super especiais para edição de outubro da It’s alive, a festa que já começou como um sucesso e segue os passos da famosa festa Crew da promoter e dj Lalai. Tem tudo para ser, se já não é, uma das melhores festa da cidade.
Muito bom saber que tem tanta gente boa fazendo música de maneira independente. Gosto de pensar que nós consumimos o que a maioria não consome, quando digo “nós”, me refiro ao tantos, que como eu, admiram o trabalho independente, gostam de como ele é feito e principalmente de como é divulgado.
Sabemos que tudo é bom e que um dia passa a ser produzido em escala comercial teve um início bem modesto. Às vezes é só a coragem de alguém muito capaz, mas que ainda desconhece sua capacidade, de criar, de colocar uma série de pensamentos em prática. Alguém em um quarto qualquer em um cantinho da cidade, seja na Zona Leste, ou onde quer que seja, um indivíduo com uma idéia na cabeça se senta e busca meios de colocar seus pensamentos em ação.
É assim que nasce a maioria das grandes ideias, da vontade de uma pessoa.
Essa talvez seja a aptidão mais interessante do ser humano, a capacidade que tem de produzir e mudar o mundo à sua volta com pequenos feitos.
De início, somos tachados de estranhos. Somos os fulanos que curtimos um som diferente, num inferninho, apreciamos aquilo que pouca gente sabe que existe, então saímos do inferninho e partimos para os grandes lugares, aqueles de projeção nacional, muitas vezes mundial. Então, já não somos estranhos, passamos a ser apenas mais um. Somos mais um a gostar daquilo que todos gostam.
Acho muito engraçado o fato de que justamente nessa etapa, quando finalmente chega o reconhecimento, perdemos o interesse...
Sabe por que perdemos o interesse?
Porque nós sempre soubemos que aquilo era bom, nós víamos além. Ficamos felizes pela descoberta do resto do mundo, torcemos pelos nossos queridos que alçam vôos maiores, mas quando aquilo que amamos torna-se um produto a ser consumido por muitos, torna-se pasteurizado, nós simplesmente procuramos algo novo para amar...
Somos conhecidos como estranhos, nerds, descolados, geeks, undergrounds, alternativos... Procuram vários rótulos para nos intitular, mas a verdade é que não temos rótulo, nós somos apreciadores daquilo que é novo, daquilo que guarda a fagulha de coisa mágica, daquilo que mostrar que o ser humano é capaz de se sobressair mesmo dentro de um sistema que o sufoca.
Lembro agora do termo utilizado por Ezra Pound, o artista era para ele “a antena da raça”, ele era fascista, por isso falava nestes termos, mas mesmo estando equivocado, como a história provou, ele sabia sobre o que estava falando quando o assunto era arte.
E eu adoro pensar que eu, juntamente com meus amigos “diferentes”, podemos reconhecer estas anteninhas por aí...
Em um filme maravilhoso, Amadeus, que conta a trágica história do gênio Mozart, dirigido por Milos Forman, há um personagem, o famoso maestro Salieri (interpretado lindamente por F. Murray Abraham), ele diz mais ou menos o seguinte: “Oh Deus! Por que me destes o poder de distinguir o belo e não o de produzir o belo?”
Salieri também era muito bom, mas não era um gênio como Mozart, mas ele podia enxergar a genialidade de Mozart e isso o exasperava, ainda que só ele visse as qualidades com clareza suficiente. Mozart foi considerado em seu tempo, como a maior parte dos grandes artistas de que temos notícia, um estranho, um maluco.
Ao contrário de Salieri, me sinto muito feliz por conseguir separar o joio do trigo. É gratificante, é como ter um pequeno dom. Nem sempre dá certo, oras, somos todos humanos.
Além do mais não temos muita clareza sobre o quanto algo é bom, ou se estamos certos ou errados, só sabemos que gostamos e que vemos algo que é ao mesmo tempo novo e belo em lugares pouco prováveis, então passamos a admirar sem nos preocupar muito com onde isso vai dar... A graça é que não estamos preocupados com isso, só estamos seguindo os nossos instintos...
Estamos indo atrás daquilo que amamos.
A edição de setembro da festa Bang! foi sensacional...
Blood Shake destruiu com um set pesado para ninguém botar defeito, como gostamos de dizer “eles desceram a lenha”.
Fizeram um set super bem humorado, cheio de anos 90, maximal e o famoso funk sempre presente nas apresentações da dupla. Laka e Zero destruíram mais uma vez e não é por acaso que a partir da próxima edição a festa ocupará todo o Vegas, não mais apenas o basement, se bem que eu desconfio que do basement eu não saio por nada... Afinal, é onde Zero e Laka tocarão.
Tenho encontro marcado com a dupla logo menos, já que eles são os convidados super especiais para edição de outubro da It’s alive, a festa que já começou como um sucesso e segue os passos da famosa festa Crew da promoter e dj Lalai. Tem tudo para ser, se já não é, uma das melhores festa da cidade.
Muito bom saber que tem tanta gente boa fazendo música de maneira independente. Gosto de pensar que nós consumimos o que a maioria não consome, quando digo “nós”, me refiro ao tantos, que como eu, admiram o trabalho independente, gostam de como ele é feito e principalmente de como é divulgado.
Sabemos que tudo é bom e que um dia passa a ser produzido em escala comercial teve um início bem modesto. Às vezes é só a coragem de alguém muito capaz, mas que ainda desconhece sua capacidade, de criar, de colocar uma série de pensamentos em prática. Alguém em um quarto qualquer em um cantinho da cidade, seja na Zona Leste, ou onde quer que seja, um indivíduo com uma idéia na cabeça se senta e busca meios de colocar seus pensamentos em ação.
É assim que nasce a maioria das grandes ideias, da vontade de uma pessoa.
Essa talvez seja a aptidão mais interessante do ser humano, a capacidade que tem de produzir e mudar o mundo à sua volta com pequenos feitos.
De início, somos tachados de estranhos. Somos os fulanos que curtimos um som diferente, num inferninho, apreciamos aquilo que pouca gente sabe que existe, então saímos do inferninho e partimos para os grandes lugares, aqueles de projeção nacional, muitas vezes mundial. Então, já não somos estranhos, passamos a ser apenas mais um. Somos mais um a gostar daquilo que todos gostam.
Acho muito engraçado o fato de que justamente nessa etapa, quando finalmente chega o reconhecimento, perdemos o interesse...
Sabe por que perdemos o interesse?
Porque nós sempre soubemos que aquilo era bom, nós víamos além. Ficamos felizes pela descoberta do resto do mundo, torcemos pelos nossos queridos que alçam vôos maiores, mas quando aquilo que amamos torna-se um produto a ser consumido por muitos, torna-se pasteurizado, nós simplesmente procuramos algo novo para amar...
Somos conhecidos como estranhos, nerds, descolados, geeks, undergrounds, alternativos... Procuram vários rótulos para nos intitular, mas a verdade é que não temos rótulo, nós somos apreciadores daquilo que é novo, daquilo que guarda a fagulha de coisa mágica, daquilo que mostrar que o ser humano é capaz de se sobressair mesmo dentro de um sistema que o sufoca.
Lembro agora do termo utilizado por Ezra Pound, o artista era para ele “a antena da raça”, ele era fascista, por isso falava nestes termos, mas mesmo estando equivocado, como a história provou, ele sabia sobre o que estava falando quando o assunto era arte.
E eu adoro pensar que eu, juntamente com meus amigos “diferentes”, podemos reconhecer estas anteninhas por aí...
Em um filme maravilhoso, Amadeus, que conta a trágica história do gênio Mozart, dirigido por Milos Forman, há um personagem, o famoso maestro Salieri (interpretado lindamente por F. Murray Abraham), ele diz mais ou menos o seguinte: “Oh Deus! Por que me destes o poder de distinguir o belo e não o de produzir o belo?”
Salieri também era muito bom, mas não era um gênio como Mozart, mas ele podia enxergar a genialidade de Mozart e isso o exasperava, ainda que só ele visse as qualidades com clareza suficiente. Mozart foi considerado em seu tempo, como a maior parte dos grandes artistas de que temos notícia, um estranho, um maluco.
Ao contrário de Salieri, me sinto muito feliz por conseguir separar o joio do trigo. É gratificante, é como ter um pequeno dom. Nem sempre dá certo, oras, somos todos humanos.
Além do mais não temos muita clareza sobre o quanto algo é bom, ou se estamos certos ou errados, só sabemos que gostamos e que vemos algo que é ao mesmo tempo novo e belo em lugares pouco prováveis, então passamos a admirar sem nos preocupar muito com onde isso vai dar... A graça é que não estamos preocupados com isso, só estamos seguindo os nossos instintos...
Estamos indo atrás daquilo que amamos.