Quando acordo de manhã no domingo, bem cedo para aproveitar melhor o dia, sempre penso em como é bom ser sozinha.
Eu planejo sempre mil coisas que farei durante o dia. Por exemplo, assistir a três filmes que EU quero ver. Ler um livro quase inteiro, ou inteiro, em um único dia simplesmente porque estou com vontade. Ir ao concerto à tarde porque EU adoro música clássica. Ir ao concerto, ao cinema e ao teatro, tudo em um mesmo dia, porque EU gosto de overdose de cultura.
Aliás, eu gosto das coisas assim, todas aos montes. Intensidade.
Acordar às 7 da manhã e sair para correr, voltar e ouvir as músicas mais variadas possível. Ouvir Radiohed, Los Hermanos, Beirut, Beethoven, Mozart, Bach, Bossa Nova. Tudo misturado, porque é assim que EU quero.
Comer trinta fatias de sashimi acompanhas de suco de uva. Comer comida vegetariana, porque eu me sinto bem com isso.
Daí, aos domingos, eu costumo desligar os telefones.
Eu detesto telefonemas, sobretudo aos domingos. Tenho o meu dia inteiro planejado e meu plano, no geral, envolve estar centrada única e exclusivamente em mim, já que no resto da semana eu preciso me concentrar quase que unicamente naquilo que os outros querem.
No domingo, eu me isolo, fujo das conversas banais, quando quero gente, busco aquelas que realmente importam, que se importam comigo e com o todo.
Tudo isso se chama liberdade?
Como disse Clarice Lispector: Liberdade? O que eu quero ainda não tem nome.
Hoje é o único dia da semana em que me preocupo apenas comigo.
O dia em que tenho a sensação de que minha cabeça está leve como uma pluma. Ainda que eu saia por aí, é como se as coisas externas não conseguissem chegar em mim, não conseguem me atingir ou mudar meu estado de humor.
Gosto de não me exaltar nos domingos e deixar tudo aquilo de bonito, que fica reprimido na maior parte do tempo, fluir... Jorrar como água limpa. A água esperada.
Tive muitos domingos de surpresas terríveis, minha avó faleceu em um domingo triste do último setembro...
Domingo sempre foi o meu dia da semana, desde pequena sempre adorei domingos. É um dia tão mágico para mim que resolvi elegê-lo como o dia em que acordo para coisas do espírito. No domingo, eu simplesmente não estou.
Domingo é o dia das coisas mágicas, de inspiração, de autoconhecimento, quando é possível, da catarse, e sempre é o dia das epifanias. Preciso desse dia para que todo o resto da semana faça algum sentido.
Bom domingo para vocês.
Se precisarem falar comigo, procurem-me amanhã porque hoje eu não estou para ninguém!
O som de hoje? Radiohead – sempre!
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