sábado, 2 de maio de 2009

Man Ray - Minotaur


Não tem sido um tempo de felicidade.

Dia após dia uma luta constante para sair da cama.

Felizmente, eu tenho um propósito, e é este que me norteia sempre.

O lugar de alegrias sempre é o mundo das artes, das adoráveis descobertas...

Um mundo de opções infinitas. Onde não há certo, nem errado. Um mundo onde não vão me magoar porque lá eu sou intocável. Lá, eu estou protegida pela liberdade.

No universo do saber, ninguém vai partir meu coração... Neste lugar, eu sou útil, tanto quanto é possível ser.

Desculpas a Adorno.

Quando falo da utilidade, estou falando da melhor utilidade que se pode dar à arte. Repassá-la aos outros. Dividir com quem não teve oportunidade de saber e, sobretudo, descobrir todo dia um mundo novo de possibilidades junto com aqueles que, assim como eu, estão dispostos, abertos a dividir aquilo que sabem.

Então a professora disse:

- Daqui dez minutos alguém de pensamento livre e sensibilidade dirá o nome desta fotografia e a qual escola ela pertence...

A resposta em pouco menos de cinco minutos:

- Essa fotografia só pode se chamar "O Minotauro", porque é um homem sem cabeça e um touro sem corpo. A metáfora mais perfeita que eu já vi do mito do Minotauro. É uma fotografia surreal.


Então, eu tive que explicar que estava vendo um touro onde ninguém mais estava...

O mais mágico é que eu vejo o touro e vejo também o tronco do homem, ambos coexistem na mesma fotografia, não há como eliminar um para ver o outro. Ao contrário da maioria das obras de arte do Surrealismo, para ver uma você não tem que deixar de ver a outra.


Assim, aconteceu minha pequena alegria...