um beijo e obrigada pela companhia...
domingo, 19 de setembro de 2010
Novo endereço...
Com uma nova ideia, um novo blog, se você gosta de mim ou das coisinhas que eu escrevo aqui, me visite no novo endereço: www.flaviuska.com
domingo, 5 de setembro de 2010
Lições de Tchekhov
Ao som de Belle and Sebastian, vamos ao post da semana.
E eu sobrevivi à TPM, meu namorado quase não.
Tem me faltado temas para escrever aqui, ando sem assunto porque estou num desânimo com relação ao mundo e às pessoas...
Andei mergulhada no Tchekhov, para variar, então, quase não posso deixar de falar sobre ele. Então, para falar sobre o que este autor russo do século XIX significa para mim, eu resumiria da seguinte maneira: Se fossem incendiar uma biblioteca inteira e me deixassem escolher um único livro, só um, eu salvaria "A Dama e o Cachorrinho" traduzido pelo professor Boris Schnaiderman.
O motivo é simples... em Tchekhov, em uma meia dúzia de contos, é possível encontrar todas as coisas do mundo, todas - todos os sentimentos, todo o amor pela humanidade, todo o desencanto com o mundo, toda a finura que é necessária para viver.
Tchekhov era uma figura engraçada, assim como nosso querido Machado de Assis. Ele sempre adorou Tolstói, achava que viver segundo a maneira que o autor responsável pela criação do tolstoísmo pregava era excelente. Daí, um belo dia, Tchekhov começou a ficar mais velho e mais doente, sendo assim, começou a pensar melhor sobre essa história de voto de pobreza, que é parte importantíssima do tolstoísmo. Ele pensou melhor e considerou em uma de suas cartas a amigos, são muitas as cartas que ele enviava a amigos: "Eu gosto de conforto".
E, para ter conforto, é necessário um pouco de dinheiro, e záz, claro que este não foi o único motivo, mas Tchekhov rompeu com o tolstoísmo. Cunhou a frase famosa: "A música e o vinho sempre foram para mim um magnífico saca-rolhas". Falando a respeito da sua criação literária e dramática. Lembrei agora de outra frase de outro russo famoso, o querido Maiakóvski: "Melhor morrer de vodka do que de tédio".
O homem que Tchekhov se tornou com o passar do tempo, sofrendo inúmeras privações desde a infância, além de observar e pensar sobre a desgraça humana, tão seriamente, como ele fazia, o impedia de ser hipócrita.
Então, é isso, livros contêm todas as coisas do mundo, e, na obra de Tchekhov, estão todas as coisas do mundo...
Uma excelente semana a todos, brindem com uma taça de Cabernet Sauvignon, agradeçam à vida por tudo de bom que têm, e deixem de hipocrisia, a gente é o que é, eu sempre penso na frase da Clarice Lispector quando vou fazer alguma coisa que sei que as pessoas julgarão muita estranha, ou melhor, fora dos padrões e indigna de nota: "E se me achar esquisita, respeite também, até eu fui obrigada a me respeitar".
Desejo a todos que tenham perseverança sempre, minha palavra preferida, se tivesse foto no dicionário, você me veria ao lado dessa palavra sorrindo...
*E claro que este lindão aí em cima é o maravilhoso dramaturgo, escritor e médico Anton Pavlovitch Tchekov (1860-1904).
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