segunda-feira, 28 de junho de 2010
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Adeus Saramago...
Ficou faltando dar meu adeus ao mestre Saramago...
Na última sexta-feira (18 de junho), todos nós nos tornamos um pouco órfãos. Tão difícil aceitar que nem gênios duram para sempre. No trabalho, comentei com os amigos aquele dia tão bonito em que Saramago assistiu ao filme de Fernando Meirelles ao seu lado e não se contendo de emoção ao ver o filme, o ídolo irretocável caiu no choro... Meirelles num misto de desespero, emoção, euforia levantou e beijou a cabeça de Saramago. Com humildade o mestre reconheceu que o diretor também fizera uma outra obra de arte baseando-se na sua.
Se Memorial do Conventou levou Saramago ao sucesso mundial, o melhor livro que li do escritor tão querido foi "Levantado do chão", ao cabo do livro fica a pergunta que tantas vezes nos fazemos a respeito dos gênios: Será ele um humano mesmo, feito da mesma matéria que eu?
Porque Saramago não estava absolutamente entre nós, ele era mais e melhor, por gente como ele é que nós não desistimos das queridas Letras, tão abandonada em tempos de textos mínimos e praticidades absurdas.
Ainda há pouco, eu terminei de ler O primeiro homem, livro que trata da primeira infância do célebre escritor Albert Camus, ao final, eu pensei: este livro é também uma tentativa de explicar como Camus teria chegado até ali, com seu romances recheados de tudo de si, praia, sol, mortes, superação, o absurdo. Ele dedicou tudo aquilo que era ao seu professor de quarta-série que mudou a vida dele mostrando que havia um caminho muito além da pobreza da miserável Argélia... Camus descobriu que a literatura poderia levá-lo a outros lugares, não apenas metaforicamente, mas principalmente, ele fez da literatura sua razão de viver.
É isso que livros fazem pelas pessoas, não por todos, infelizmente, porque nem todos têm a felicidade de encontrar o alguém que identifica em nós uma sentelha de algo e logo passa a agir para que aquilo aflore, venha à tona plenamente.
Eu li Levantado do chão já na faculdade e indico, se você amou o Saramago dos últimos tempos, vai adorar muito mais este, que fala da massa que somos nós: os fracos e ofendidos.
"Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão."
(Carlos Drummond de Andrade)
Na última sexta-feira (18 de junho), todos nós nos tornamos um pouco órfãos. Tão difícil aceitar que nem gênios duram para sempre. No trabalho, comentei com os amigos aquele dia tão bonito em que Saramago assistiu ao filme de Fernando Meirelles ao seu lado e não se contendo de emoção ao ver o filme, o ídolo irretocável caiu no choro... Meirelles num misto de desespero, emoção, euforia levantou e beijou a cabeça de Saramago. Com humildade o mestre reconheceu que o diretor também fizera uma outra obra de arte baseando-se na sua.
Se Memorial do Conventou levou Saramago ao sucesso mundial, o melhor livro que li do escritor tão querido foi "Levantado do chão", ao cabo do livro fica a pergunta que tantas vezes nos fazemos a respeito dos gênios: Será ele um humano mesmo, feito da mesma matéria que eu?
Porque Saramago não estava absolutamente entre nós, ele era mais e melhor, por gente como ele é que nós não desistimos das queridas Letras, tão abandonada em tempos de textos mínimos e praticidades absurdas.
Ainda há pouco, eu terminei de ler O primeiro homem, livro que trata da primeira infância do célebre escritor Albert Camus, ao final, eu pensei: este livro é também uma tentativa de explicar como Camus teria chegado até ali, com seu romances recheados de tudo de si, praia, sol, mortes, superação, o absurdo. Ele dedicou tudo aquilo que era ao seu professor de quarta-série que mudou a vida dele mostrando que havia um caminho muito além da pobreza da miserável Argélia... Camus descobriu que a literatura poderia levá-lo a outros lugares, não apenas metaforicamente, mas principalmente, ele fez da literatura sua razão de viver.
É isso que livros fazem pelas pessoas, não por todos, infelizmente, porque nem todos têm a felicidade de encontrar o alguém que identifica em nós uma sentelha de algo e logo passa a agir para que aquilo aflore, venha à tona plenamente.
Eu li Levantado do chão já na faculdade e indico, se você amou o Saramago dos últimos tempos, vai adorar muito mais este, que fala da massa que somos nós: os fracos e ofendidos.
"Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão."
(Carlos Drummond de Andrade)
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